A Varanda Multiagência anunciou o lançamento de seu “Manifesto Por Uma Comunicação Que #RepresentaQuemSomos”. A declaração é o ápice do trabalho feito pelo Saci (Somos Ação e Conexão Inclusiva), o Comitê de Diversidade e Inclusão da agência, criado em 2024 com o propósito de edificar um cenário publicitário mais equitativo e espelhado na realidade brasileira.

A iniciativa, segundo os idealizadores, busca inspirar ações concretas em todo o setor de comunicação. Desde a sua concepção, o Saci tem sido um catalisador de diálogos, promovendo debates e trocas construtivas entre diversos segmentos da sociedade e os profissionais que atuam na publicidade.

O objetivo primordial é o letramento contínuo, tanto do público interno da agência quanto do mercado em geral, sobre a intrínseca relevância dos temas de diversidade e inclusão. “O papel do Saci é esse, de trazer pautas essenciais para serem discutidas, auxiliando e promovendo ações que trarão reflexões importantíssimas para a construção de uma sociedade mais diversa e inclusiva, de fato”, afirma o head de Publicidade da Varanda, Luan Rangel, membro do Comitê Saci.

A agência aponta para uma preocupante diminuição do engajamento com pautas de diversidade que são lembradas apenas em datas sazonais, como o Dia do Orgulho ou o Dia da Consciência Negra.

Os dados apresentados no Manifesto soam um alerta. Se, no âmbito nacional, 22% dos brasileiros não se identificam com a publicidade, a questão se intensifica em âmbito regional, onde as particularidades culturais e sociais são ainda mais latentes.

Entre esses obstáculos, o manifesto mostra que 83% dos modelos em anúncios brasileiros são pessoas brancas, segundo pesquisa do Gemaa, que é um núcleo de pesquisa que desenvolve estudos sobre ação afirmativa e a representação de raça e gênero em instituições e mídias.

Outro pontos críticos, de acordo com a pesquisa, envolvem a comunidade LGBTQIA+, o público 50+, as pessoas com deficiência e a representatividade indígena.

“O manifesto é uma ação muito importante, mediante o contexto de baixa representação que o mercado de publicidade se encontra”, afirma a revisora da Varanda, Jéssica Dandara, integrante do Saci.