Em 2025, o jornalismo de dados tem alcançado destaque nas rotinas das assessorias de imprensa, ao mesmo tempo em que auxilia na criação de estratégias de comunicação entre empresas, veículos de mídia e sua audiências, de acordo com o relatório Digital 2024, divulgado pela We Are Social.
“Isso significa que releases e conteúdos institucionais precisam trazer dados concretos que agreguem valor às matérias”, afirma a jornalista à frente do setor de Digital PR da Experta, Nathani Paiva.
A habilidade de converter dados brutos em histórias visuais deixou de ser diferencial, passando a ser uma ferramenta competitiva, avaliam os profissionais da área. Assessores que conseguem entrelaçar estatísticas com visualizações conquistam espaço nas redações, um fenômeno que reflete a crescente valorização do jornalismo baseado em dados.
O relatório Digital 2024 da We Are Social confirma essa mudança. Mais de 5 bilhões de pessoas navegam ativamente nas mídias sociais ao redor do mundo. No Brasil, o fenômeno consegue ser mais expressivo. O consumo diário de conteúdo on-line supera em uma hora a média mundial, com as plataformas sociais alcançando 35,8% das atividades digitais do dia a dia dos brasileiros.
Para profissionais de agência de link building, esse panorama exige dados concretos que consigam furar a bolha de informações saturadas que cerca o público. Divulgar não basta. É preciso contextualizar, comprovar e apresentar visualmente conteúdos que enriqueçam o debate público e corporativo.
A história do jornalismo de dados
As raízes do jornalismo de dados remontam ao chamado “jornalismo de precisão”, o termo cunhado pelo jornalista e professor Philip Meyer nos anos 1960. A terminologia atual surgiu em 2006, quando o programador Adrian Holovaty esboçou os princípios no artigo “A fundamental way newspapers sites need to change” (“Um aspecto fundamental que os sites jornalísticos precisam mudar”, em uma tradução livre).
Também conhecido como jornalismo guiado por dados (JGD), essa modalidade incorpora ferramentas da ciência de dados para automatizar parcialmente a produção de conteúdo. O conceito racionaliza as rotinas jornalísticas tradicionais.
A modalidade não apenas utiliza dados como sustentação para reportagens, mas também os transforma em fonte primária para pautas e aplica ferramentas tecnológicas para mineração e combinação de informações, reduzindo a margem de erro.
Agências redefinem o papel do assessor
O momento exige das assessorias abordagens estratégicas, integradas aos canais digitais e fundamentadas em análises consistentes.
Nesse contexto, a jornalista Nathani Paiva, da Experta, explica que uma agência de digital PR funciona como ponte entre os dados brutos e sua transformação em narrativas impactantes. O trabalho é voltado para a evolução da assessoria de imprensa tradicional, capaz de integrar técnicas de otimização para buscadores, análise de dados e relacionamento com influenciadores digitais.
Todo esse caminho exige profissionalismo e cuidado, diz Nathani. As estratégias de PR envolvem mais que a inserção de marcas em blogs e portais. “Trabalhamos para ampliar a autoridade e a relevância digital.”
Mais tempo para a criatividade
A fusão entre assessoria de imprensa, análise de dados e inteligência artificial (IA) representa uma das maiores transformações no setor para 2025. As ferramentas de IA vêm modificando o trabalho dos assessores, permitindo o monitoramento instantâneo de menções às marcas, a análise de sentimentos em publicações e a indicação de abordagens para os releases.
Paralelamente, chatbots e assistentes virtuais podem agilizar o relacionamento com jornalistas e influenciadores, otimizando processos e acelerando respostas às demandas da mídia.
Palavras-chave e ranqueamento
A migração do consumo noticioso para plataformas digitais obrigou a assessoria de imprensa a dominar as regras do Search Engine Optimization (SEO). Hoje, um release não apenas capta a atenção de jornalistas, mas também é otimizado para buscadores.
Isso significa incorporar palavras-chave estratégicas, desenvolver títulos atraentes e estruturar conteúdos com potencial de ranqueamento em mecanismos de pesquisa, como o Google.
“Para nós, assessores, é fundamental entender que os meios tradicionais não são mais os únicos interlocutores válidos”, afirma Nathani. “Precisamos construir relações com uma nova geração de produtores de conteúdo que estão ganhando força no cenário digital”, diz a jornalista.
Créditos: Lummi