Operadores de telefonia móvel debatem com o mercado publicitário, a criação de padrões de venda de mídia e forma de ganhar visibilidade junto às agências e anunciantes.
“Enxergamos o potencial e o volume de audiência nas bases das operadoras. Existe segmentação de dados profunda e muita tecnologia que podem ser trabalhados de maneira rica para as marcas”, diz Márcio Jorge, diretor de inteligência da Zahg e um dos pioneiros no mercado de compra programática no Brasil.
A discussão ocorreu no último painel de conteúdo do evento 5×5 Tech Summit, na quinta, 08. Leonardo Siqueira, diretor de Dados da Tim, disse que tem uma base de 35 milhões de usuários que aceitam receber publicidade. Segundo ele, as operadoras têm “audiência maior do que Facebook e Google”. O modelo da Tim tem três pilares: consentimento de dados, insights e canais de comunicação. A plataforma de inteligência de mercado Tim Insigths já conta com mais de 600 data points com o comportamento do cliente (digital, geolocalização, perfil de renda etc.). “Com isso, conseguimos melhor segmentar a nossa audiência”, diz o executivo.
Para o publicitário Márcio Jorge, o destaque do modelo oferecido pelas operadoras é que o inventário é completamente verificável. “Quando vemos o tráfego originário do Google, por exemplo, 20% é lido como robôs, não humanos. No caso das operadoras, há garantia de verificação da audiência”, diz.
Ele concorda, no entanto, que ainda há um entrave cultural por parte de anunciantes e agências, que não enxergam as operadoras como publishers. “Uma maneira de convencer para o mercado anunciante é que é possível atuar em um modelo comercialmente simbiótico. No formato de rewards (para os clientes, que ganham pacotes de dados, por exemplo), a operadora ganha, a marca anunciante ganha e o consumidor ganhar por que recebe algo pela interação, é muito benéfico para todo o ecossistema da publicidade”, explica.
Carlos Araújo Santos, diretor de Novos Negócios da Claro, diz que conclui a construção de uma plataforma para uma visão 360º dos clientes,em todos os canais e com grande capacidade de personalização.
Julio Tortorello, head de Monetização do Terra e Vivo Ads, área dedicada ao contato com o mercado anunciante no Grupo Telefônica, conta que o que oferece ao mercado é a capacidade de alcance e muita inteligência de dados para chegar à audiência no momento certo. “Usamos o poder do data lake da Vivo para clusterizar e entregar as campanhas da maneira mais assertiva possível. Entendemos muito a audiência da rede, os hábitos de navegação, de localização, mapa de calor, interesses base”, disse, conforme telaviva.