“Vou colocar meu coração na mesa”.
Era quase sempre assim que o Franzé iniciava suas falas.
E servia para muita coisa.
Se a situação estava esquisita, ele soltava. Se era pra convencer o cliente ou alguém da nossa equipe, soltava também.
Suspeito que a usasse em casa, mas não sei se lá dava tão certo.
A verdade é que a frase tinha uma capacidade extraordinária de quebrar o ambiente, provocar risadas, apaziguar os ânimos.
Era aquela entrada certeira que impedia a vaca de ir pro brejo.
Era 100% o jeito Franzé de ser.
De mostrar sua vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, conseguir exatamente o que queria.
E de frase em frase ele conseguiu muita coisa: criou uma agência respeitada e admirada em Brasília, aprovou campanhas memoráveis que renderam até Leão depois de tantos anos para a Artplan. Formou equipes que aprenderam a não desistir no primeiro “não”.
E tudo isso regado a paixão. Franzé era um apaixonado.
Pela propaganda, pelas ideias e, claro, por uma boa briga.
Soltava os cachorros em quem quer que fosse, mas sempre terminava oferecendo um beijo com uma risadinha irritante que quase sempre desarmava o irritado.
Vai descansar, Franzé.
Você fez muito por muita gente que aqui passou.
E marcou a vida de quem continua aqui no batente, lembrando de suas frases e ensinamentos.
Vai se divertir aí em cima, Franzé.
Arruma um jeito de fazer uma campanha surpreendente com a turma boa que já subiu.
Você merece.
Pode colocar o coração na mesa pela última vez.
A missão foi cumprida.
E pode deixar que aqui embaixo a gente vai continuar colocando o nosso coração em tudo o que for importante.
Tudo o que você sonhou e tanto nos ajudou a construir.
Duda Moncalvo, em nome da Artplan Brasília