O jornalismo perde uma referência de gerações com a morte do jornalista Sinval de Itacarambi Leão, fundador da Revista Imprensa, nesta segunda-feira, 05 de agosto,aos 81 anos. Ele enfrentava desde 2012 um quadro de insuficiência cardíaca, um quadro preocupante, mas que não reduziu sua força para continuar trabalhando e acompanhando o noticiário como fez durante décadas.

O publicitário Fernando Vasconcelos lamentou a perda do amigo e profissional. “A nossa Meio e Mídia Comunicação, como representante comercial da revista Imprensa, conseguiu inserir o veículo junto ao mercado publicitário aqui em Brasília”, afirmou Fernando. “Como presidente do Sindicato dos Publicitário e colunistas, fui convidado a participar por quatro anos do prêmio Profissionais do Ano, criado por Sinval de Itacarambi. Foi um profissional competente, incansável e guerreiro em defesa da sua revista Imprensa.”

O jornalista nasceu no dia 23 de fevereiro de 1943, na zona rural de Araçatuba, interior de São Paulo. De origem humilde, encontrou na Igreja a oportunidade para o conhecimento. Se dedicou por 14 anos à Ordem de São Bento, a que pertencem os monges beneditinos. 

Foi preso duas vezes durante o regime militar, em 1969 e em 1971, e nas duas ocasiões passou por torturas por suposta associação com a ALN (Ação Libertadora Nacional) e conspiração contra o país. Itacarambi acabou enquadrado na Lei de Segurança Nacional. 

A editora Vozes, onde Sinval trabalhava, se posicionou contra o regime e publicou obras importantes nos anos de repressão. O jornalista foi libertado em definitivo em 1971, respondendo a processo do Estado por ser integrante da ALN. Guardou durante anos o recorte do jornal Diário Popular, que publicou a decisão do julgamento, citando a absolvição de Sinval por unanimidade por “carência de provas”.

Sinval trabalhou em importantes veículos de mídia e publicidade do país, como Folha de S. Paulo, Grupo Globo e DPZ. Ele fundou a revista Imprensa em 1987, que se tornou material obrigatório para estudantes e profissionais de comunicação. O jornalista deixou a mulher Ruth, quatro filhos e seis netos.

^{*Com informações do site Poder 360.}