A Pesquisa Game Brasil (PGS) está em sua 6ª edição, trazendo o cenário atual do mercado de games com diversas abordagens dos hábitos de consumo nas principais plataformas de jogos.
Realizada pelo Sioux Group, Blend News Research, ESPM, através do Gamelab e Go Gamers, a PGB conta com os esforços conjuntos de profissionais de mercado e do ambiente acadêmico. A PGB foi realizada no mês de fevereiro e teve a participação de 5.110 pessoas, entrevistadas no Brasil em 26 estados e no Distrito Federal e no México, Argentina, Chile e Colômbia.
Perfil do Gamer Brasileiro
A pesquisa revelou que 66,3% dos brasileiros jogam jogos eletrônicos, independentemente da plataforma. “Mesmo na faixa entre os 25 e 54 anos a penetração é bastante elevada (61,9%), contrariando o senso comum de que os gamers são adolescentes.
A pesquisa considerou que os gamers são todos aqueles que afirmaram possuir o hábito de jogar jogos digitais, independentemente do estilo de jogo, frequência ao longo da semana, duração das partidas e conhecimento sobre jogos, softwares e hardwares relacionados.
Ao escolher os motivos de suas preferências, os consumidores revelam o que buscam hoje em uma plataforma de jogos digitais: 1) Praticidade (29,2%); 2) Acesso [ter sempre à mão] (28,1%); 3) Poder jogar em qualquer lugar (27,8%); 4) Ser acessível (21,0%); e 5) qualidade de imagem (17,6%). Isso mostra que a maior parte dos consumidores hoje tem preferido comodidade ao invés de qualidade estética dos jogos, reflexo da popularização dos smartphones.
Gamers – Hardcore vs Casual
Dois principais perfis de gamers foram destacados. Mauro Berimbau, professor e coordenador do Gamelab na ESPM explica a técnica: “No questionário, perguntamos se o entrevistado se considerava um gamer. Propositalmente, não definimos o significado da palavra. Nossa intenção é comparar a imagem que os entrevistados possuem em suas mentes a respeito do que é um gamer com as suas práticas de consumo de jogos, a fim de traçar um perfil mais diretamente relacionado ao hábito de consumo”.
Entre as diferenças mais significativas, percebeu-se que os hardcore gamers são homens (58,9%) entre 25 e 34 anos (41,3%). Já no público casual gamer as mulheres representam a maioria com 58,8% entre 25 e 34 anos (35,9%).
Do ponto de vista de mercado, os hardcore gamers são uma população menor, mas muito significativa. Eles também jogam muito em smartphones, mas preferem os videogames e computadores. Jogam mais de 3 vezes por semana, com partidas que duram por volta de 3 horas, sendo comum este público comprar mais de 10 jogos ao longo do ano.
Hábitos de Consumo em Games: Mobile
O mobile mostrou-se como a principal plataforma para jogar dos brasileiros na PGB 2019. Os resultados da pesquisa apontaram que 83% dos brasileiros costumam jogar neste tipo de dispositivo, sendo que os principais motivos são: a possibilidade de jogar em qualquer lugar (31,4%), a praticidade do aparelho (31,0%), tê-lo sempre à mão (30,6%), ser acessível (21,8%) e mais fácil (16,9%).
Hábitos de Consumo em Games: Videogames
O público principal dos videogames são os hardcore gamers, geralmente homens de classe A ou B, representado principalmente pelo público de até 34 anos de idade. Uma parte significativa dos jogadores casuais (38,8%) costuma jogar nesta plataforma, mas preferem a mobilidade dos smartphones.
Entre aqueles que escolheram o videogame como sua plataforma favorita de jogos, os motivos que os levam a gostar dela são: melhores gráficos/imagens (35,3%), maior controle (29,8%), mais prático (25,4%) e não trava (18,2%), sendo o primeiro (qualidade gráfica dos jogos) um critério muito importante para o público hardcore.
Hábitos de Consumo em Games: Computador
O público principal desta plataforma são homens de classe A ou B. Entre aqueles que escolheram o computador como sua plataforma favorita de jogos, os motivos que os levam a gostar são: melhores gráficos/imagens (26,0%), praticidade (24,2%), controle (20,4%) e liberdade (18,6%).
A pesquisa mostra que o uso do computador é bastante variado, sendo uma plataforma muito importante para trabalhar e estudar, principalmente.
eSPORTS
A PGB 2019 procurou mapear o conhecimento dos jogadores brasileiros em eSports, prática das modalidades e consumo das partidas por TV ou canais de streaming: 60,3% afirmaram conhecer a modalidade e 48,0% destes praticam.
Nesse mapeamento, ficou perceptível que o público hardcore é o segmento mais envolvido com eSports: quase 70% pratica algum título. Entre o segmento dos casual gamers, existem os menos adeptos, com apenas 31,3%.
A pesquisa mostra que 35% do público hardcore afirmou já ter jogado no modo competitivo.
Apesar do seu crescimento em consumo e em espaço na mídia, eSports ainda podem ser considerados como novidade, já que muitos jogadores brasileiros ainda desconhecem a atividade.
Consumo dos Gamers Brasileiros
Uma característica fundamental do consumo de jogos digitais é que são poucos os jogadores que se dedicam integralmente ao jogo. A prática de consumir games está geralmente vinculada a outras atividades. As principais que acompanham o consumo de jogos digitais é assistir TV (48,3%), escutar música (41%), navegar na internet (23,5%), comer (23,5%) e beber (23,3%).
Entre os produtos consumidos nas partidas, a pesquisa revelou que os hardcore gamers costumam consumir mais alimentos do que os casuais. Em essência, estes últimos consomem geralmente 2 categorias de produto durante suas partidas, principalmente salgadinhos/ snacks (31,6%) e sucos (31,1%), enquanto os hardcore consomem de 2 a 3 categorias, principalmente refrigerante (39%), salgadinhos (38,1%) e sucos (35,7%).
Sobre os serviços de streaming de vídeo consumidos, os jogadores hardcore tendem a consumir mais do que os casuais. Enquanto 32,7% destes não assinam nenhum dos serviços, apenas 15,9% dos hardcore não consomem vídeos por streaming.
O principal campeão entre os dois perfis é a Netflix, com 60,6% dos casual gamers consumindo o serviço de streaming e 67,4% dos hardcore nesta plataforma.
Outra diferença de perfil está no consumo de streaming de música. A maior parte dos casual gamers (52,5%) não assina nenhum serviço do tipo, enquanto apenas 26,7% dos hardcore gamers não consomem streaming de música. O campeão no gosto do gamer brasileiro é o Spotify, com 32,4%, seguido pelo Deezer, com 11,4%.
Relação Pais, Filhos e Jogos
Da amostra total da pesquisa PGB 2019, os pais, independentemente de jogar games, afirmam que 84% dos seus filhos jogam e 68,2% tem o costume de jogar junto com eles. Quando consideramos apenas os pais que afirmam jogar jogos digitais, esse número sobe para 90,5% dos entrevistados. A pesquisa também revela que 83,2% dos pais gamers jogam com os filhos, tendência que já vem sendo confirmada nas últimas edições da PGB.
Perfil América Latina
O Painel LATAM da Pesquisa Game Brasil 2019 buscou traçar o perfil geral do jogador latino, estruturando-o a partir das informações coletadas. A pesquisa revelou que nos demais países (México, Argentina, Colômbia e Chile), 52,6% tem o costume de jogar jogos eletrônicos, independentemente da plataforma. Dentre os jogadores, temos um equilíbrio entre homens (50,3%) e mulheres (49,7%). “Mesmo se diferindo dos resultados que obtivemos no Brasil, esse dado ainda quebra o estereótipo sempre masculino da figura de um jogador. As mulheres representam metade do mercado da América Latina, possuindo hábitos e comportamentos próprios ao jogar” comenta Guilherme Camargo.
Em relação à idade, a pesquisa mostra que o hábito de jogar é extremamente difundido nas faixas etárias que englobam adolescentes e jovens adultos, já que 67,7% dos jogadores possuem até 34 anos. Apesar da porcentagem ser um pouco menor, quem tem entre 35 e 54 anos também ocupa uma grande parcela do público (29,2%).
Quando questionado sobre as plataformas em que os jogadores estão habituados a jogar, o smartphone se consagrou o grande campeão (81%), por uma margem de diferença bastante expressiva quando comparada às alternativas. O computador, por exemplo, detentor do segundo lugar entre as plataformas que estão mais inseridas nos hábitos de consumo dos jogadores, obteve 33,6% das respostas seguido pelo videogame (33,3%) e o tablet (19,8%).