Desde o início da pandemia da Covid-19 em 2020, as principais dificuldades apontadas por quem produz audiovisual no Brasil são: achatamento de orçamentos (28%), dificuldade de dividir responsabilidades e riscos (21%), cronogramas apertados (20%) e prazo de pagamento (12%).
Os dados são resultado de batimento interno da Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), com registros de obras publicitárias da Ancine. A Apro informou ter realizado, entre janeiro e fevereiro deste ano, um mapeamento do mercado com a participação de 49 produtoras associadas.
De acordo com a pesquisa, a quase totalidade (99%) sentiu algum impacto refletido na redução de orçamentos, devido à pandemia. Entre elas, mais da metade (56%) informou ter tido projetos cancelados, e metade das produtoras teve que reduzir o número de funcionários fixos de suas equipes.
No entanto, segundo a Apro, mesmo com todas as adversidades, 77% das produtoras têm expectativas positivas em relação a 2021.
"Tivemos que nos reinventar nesse último ano, e para que possamos evoluir, é fundamental ter clareza sobre o impacto da pandemia na dinâmica do mercado, assim como entender a percepção do mercado em relação às iniciativas lideradas pela Apro", explica Marianna Souza, presidente executiva da Apro.
Segundo a Apro, a Ancine informou que houve uma queda no volume total de registro de obras publicitárias. Em 2020, o total foi de 38.281 títulos registrados, queda de 14% ante os 44.495 títulos de 2019. São Paulo em primeiro lugar (32%), seguido por Paraná (12%), Santa Catarina (9%), Minas Gerais (7%), Rio Grande do Sul (7%) e Rio de Janeiro (5%). Os registros em São Paulo e no Rio de Janeiro voltaram para ao patamar de índices apresentados em 2018.
"O lado positivo da pandemia foi ter nos proporcionado uma maior aproximação com as agências, e aqui incluo alguns clientes também. Nos falamos quase diariamente, trocamos informações, dividimos problemas, buscamos juntos entendimentos para os questionamentos. Um lado sempre apoiando o outro”, finaliza Marianna.