A maioria (93%) das mulheres conselheiras no Brasil tem um ou mais diplomas, além do ensino superior, sendo especialização ou MBA (57%) e mestrado (27%) os mais usuais. Uma parcela menor (7%) completou o doutorado e 2% têm pós-doutorado. Mas ainda são 30% dos assentos nos conselhos, cuja maioria é masculina.
São algumas das conclusões da pesquisa "Retrato da Conselheira no Brasil" realizada pela WCD (WomenCorporateDirectors) Foundation com apoio da KPMG Brasil.
O levantamento também destacou que entre as mulheres que atuam em Conselhos de Administração, 59% operam também em Comitês de Assessoramento ao Conselho — com destaque para os Comitês de RH, Remuneração e Sucessão (30%) e de Estratégia e Inovação (21%). Há, ainda, um grupo expressivo que concilia a carreira de executiva com a de conselheira — são 48% das conselheiras que responderam à pesquisa. Dessas, 28 % são CEO/Presidentes, 26% estão em cargos de diretoria executiva ou head de área em multinacionais e 10% carregam o chapéu de CFO.
A maioria (80%) das conselheiras afirma que suas opiniões são sempre ouvidas e consideradas, enquanto 19% ainda sentem dificuldade em conquistar espaço e 1% dizem que raramente têm voz. Sobre remuneração, a maioria recebe anualmente até 100 mil (32%) ou atuam pro bono (25%).
“A pesquisa WCD aponta que os principais obstáculos para as mulheres chegarem aos conselhos são, em geral, a falta de networking e relacionamento com a comunidade de governança e falta de engajamento de stakeholders com a diversidade nos conselhos”, afirma Marienne Coutinho, Sócia da KPMG no Brasil e Co-Chair da WCD Brasil.
A ampla maioria das conselheiras é brasileira (98%), branca (97%), têm entre 51 e 60 anos (45%), é mãe (82%), cisgênero (88%), heterossexual (98%). Estão concentradas com residência no estado de São Paulo (74%). A principal área de formação acadêmica é Administração de Empresas (28%), seguida por Ciências Financeiras, como Economia e Contabilidade (16%), e depois Engenharia e Direito (12%). A área de humanas também tem grande representação, com 9% delas formadas em Comunicação/Marketing e 7% em Psicologia.
A primeira edição da pesquisa Retrato da Conselheira no Brasil contou com 226 respondentes, de 10 Estados brasileiros, representantes de 11 setores de atuação.