Fernando Vasconcelos
Aos vinte e três anos cheguei à Brasília de todos os brasileiros em busca de aprendizado e do saber, em 6 de janeiro de 1970, num Dia de Reis. Dos 23 anos aos 26 anos morei de “penetra” no Anexo II do Brasília Palace, alojamento da UnB. Nesses setes anos trabalhei na Loja Encomenda Urgente, na plataforma superior da rodoviária, trabalhei na fábrica de cimento CIPLAN, construída pelo desbravador Eng. Efraim Ramiro Bentes. E trabalhei no MEC como terceirizado, como saudoso amigo Jarbas Passarinho. No final dos meus 26 anos, iniciei em Publicidade. Recebi uma oportunidade concedida por Ivo Borges – que chamo carinhosamente de padrinho, e passei a ser Agenciador de Propaganda do jornal Diário de Brasília. Chegando a Gerência Comercial. Nessa época recebi a Medalha de Amigo da Marinha.
Tudo começou quando eu tinha 29 anos, trabalhava no Jornal de Brasília, recebi o primeiro desafio da minha carreira: ser Presidente do Sindicato dos Publicitários. Tempos difíceis, também gloriosos. Entrei para o sindicalismo ainda muito jovem, com a mesma paixão que me movia no trabalho secular. Fiquei nove anos como presidente do Sindicato dos Publicitário de Brasília e três anos com Diretor do Conselho Regional de Relações Públicas do DF. Ao amigo Haroldo Meira, passei o bastão do Sindicato dos Publicitários.
Minha decisão de entrar para o jornalismo publicitário começou no Jornal de Brasília, mantendo a coluna “Informe Publicitário”, por cinco anos no Correio Braziliense, por dois anos com a coluna “Correio Publicitário”, em parceria com o amigo Maurício Dineppi. Foram espaço conquistados com luta, para expor todos os assuntos relacionados à publicidade e propaganda que eram realizadas na capital e no país. Foram sete anos de dedicação semanal. Nesses áureos anos, surgiram pilares da categoria, muitos ícones e mestres que deram belos exemplos de união, gerando respeito à classe.
Deixei o Jornal de Brasília e fui viver a experiência de ser servidor público, quando fui contratado pela EBN – Empresa Brasileira de Comunicação hoje EBC – Empresa Brasil de Comunicação; após ter feito um acordo com o ministro Said Farah e Apolônio Salles, desde que a empresa não retirasse das agências de propaganda os editais, atas e balanços serviços primordiais para o mercado naquela época e que eu tivesse toda a autonomia para contratar somente profissionais de Brasília. Acordo aceito, fui contratado como Chefe do Departamento de Publicidade. Foi nessa oportunidade que lançamos a Publicidade Legal, via EBN em todo o país.
Deixei a estatal para ser Coordenador de Publicidade na SECOM/PR sob a batuta de Said Farah ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, ainda como presidente de Sindicato. Fui o único trabalhador que presidia sindicato a trabalhar no Palácio do Planalto. Minha presença e minha dedicação naquele órgão fizeram gerar um fato curioso: fui convidado pelo Ministro Chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva a retornar à EBN, à época presidida por Antonio Kremer, no momento em que a SECOM estava encerrando suas atividades, para assumir a Diretoria de Projetos Especiais. Não só não aceitei como também comecei uma campanha para que a publicidade voltasse à iniciativa privada, já que nosso acordo não fora cumprido. Naquela época perdi a confiança em trabalhar em órgão público. Em 23 de maio de 1988 o então presidente José Sarney atendeu a reivindicação do sindicato e devolveu às agências a Publicidade Legal, a EBN foi desativada e eu publiquei em 20 jornais do país o anúncio “Ao voltar atrás o governo deu um passo à frente”, criado pela VS Escala, do amigo Valdir Siqueira, já falecido.
Ao longo da minha quarta década e início da quinta tive a felicidade de ir trabalhar no Jornal do Brasil, sucursal Brasília. Tive a sorte de ter como Diretor o meu querido e amado amigo Luiz Orlando Carneiro, com quem aprendi muito, elevando minha carreira ao ápice do sucesso profissional com a criação de uma superintendência comandada por mim, com direito de citação no expediente do Jornal do Brasil. Naquela época fazer parte de expediente do jornal era “só o ouro” como dizem hoje!
Tive uma passagem pelo Sebrae Nacional como Técnico Sênior. Nesta década deixei o Jornal do Brasil para fundar minha empresa Meio&Mídia Comunicação Ltda e ser candidato a prefeito da minha cidade. Meus conterrâneos não me aceitaram. Amigos dizem que foi um livramento. Fui derrotado nas urnas e reconheci definitivamente que o meu lugar é aqui nesta linda e amada Brasília. Após a rejeição vigiense passei a tocar nossa Meio&Midia, que existe há 32 anos com o mesmo CNPJ, e continuar realizando o Prêmio Colunistas Brasília, que alcançou este ano sua 36ª edição com sucesso.
Atualmente dirijo minha empresa, editamos o site: um site www.fernandovasconcelos.com sobre Comunicação – realização de externar minha paixão, sou responsável pelo Prêmio Colunistas Brasília, editor do Anuário de Propaganda em sua 23ª edição, sou e serei servidor dos meus familiares, dos meus verdadeiros amigos e do mercado da indústria da comunicação, donde até hoje me alimento com o pão de cada dia e considero minha segunda família.
Amo a minha profissão, este mercado e Brasília, que ajudei a construir e hoje sou Cidadão Honorário e continuo sendo o servidor da cadeia produtiva da indústria da comunicação.