*Por Antoninho Rossini – Jornalista e Escritor
Na década dos anos de 1990, lojas de varejo, especialmente voltadas a roupas, calçados, moda, beleza e outros acessórios se ancoravam, principalmente, no vitrinismo para alavancar vendas. O vitrinismo sempre foi o suporte eficaz para destacar e conceituar o comércio de varejo, transformando-o em atrativo singular. Havia até cursos de vitrinismo muito concorridos para formar profissionais. Muitos deles ficaram famosos e eram contratados a preço de ouro pelas grandes lojas. A técnica de expor e valorizar os produtos expostos sempre teve suas peculiaridades. Outras ações de suporte de varejo ocorriam por meio de páginas de revistas, jornais e de desfiles de moda, sempre muito badalados. O mundo mudou e com ele esse cenário, também. Após o advento dos recursos tecnológicos, originando outras formas de comunicação como blogs, sites de vendas e influenciadores digitais as ações mercadológicas tomaram novo rumo. Com apenas alguns cliques em smartphones ou notebooks temos o mundo em nossas mãos. O comércio, mais do que depressa descobriu uma nova estratégia de vendas. As compras são realizadas por meio desses aparelhos, com entrega em domicílio e pagamento no cartão de crédito. O conforto para os consumidores parece ser maravilhoso. Mas (ainda) não é bem assim. Existem problemas que não foram superados nesse processo. Muitas mercadorias não são entregues nos prazos previstos, e até mesmo não entregas. Como se não bastasse, ainda há toda a sorte de malandragem, tais como sites falsos e uma burocracia ingrata capaz de gerar desprazer a muitos consumidores, que acabam recorrendo a outros meios para reclamar os seus direitos. Talvez um dia essa situação seja melhorada por meio de filtros legais limitando a ação desses aventureiros do mundo digital. Uma coisa, porém, é verdadeira: as compras por meio virtual aumentarão e os consumidores terão que melhor se adaptar. Sobre o vitrinismo, não saiu de moda, apenas cedeu espaço à essa nova realidade. O diferencial, no entanto, é que os profissionais vitrinistas ainda existentes também evoluíram. Hoje, em conjunto com os fornecedores de maquetes, mock ups de pessoas (sempre em proporções maiores para se destacar nas vitrines) e mais recursos como luzes e cores executam seus trabalhos mais ao estilo teatral, enfatizando, como sempre, a tridimensionalidade. As vitrines, hoje em dia, sejam as de grandes shoppings ou em lojas de luxo localizadas em pontos atraentes para seu público-alvo se transformaram em verdadeiras obras de decoração. O vitrinismo, na verdade não perdeu seu espaço, só se qualificou ante a horizontalização das demais ações de venda de varejo. Continua alavancando vendas, mas, com certeza, não mais como já foi um dia.
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Brasília, 09 de Setembro de 2024 -
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