Na abertura do Encontro Nacional dos Anunciantes (ENA), realizado nessa quarta-feira (31) em São Paulo, Nelcina Tropardi afirmou: “Foram dois anos que nos empurraram vários passos à frente para o futuro”, sobre as inúmeras mudanças na indústria da comunicação.
E as transformações continuam a bater na porta, segundo a presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). É a partir deste cenário que soluções como retail media começam a preencher o mercado global, devendo representar 15% da publicidade digital em 2024, segundo dados do emarketer, e 10% no Brasil, de acordo com estimativa com dados da Kantar, informa Propmark.
Para Vitor Bertoncini, diretor da ABA e diretor executivo de marketing e líder do RD Ads da RaiaDrogasil, o retail media é um modelo que chega não para substituir, e sim para complementar e levar os anunciantes a outro nível. “Cada vez mais isso vai fazer parte da nossa vida como anunciante”. A rede de drogarias oferece o serviço desde 2017 e hoje conta com 45 milhões de cadastros ativos de pessoas que usam as lojas físicas e ainda 20 milhões de usuários que baixaram o app.
A mídia também esteve no centro de um painel sobre (Multi Touch Attributtion), que busca jogar luz sobre a mensuração das estratégias de marketing online e offline. Usando exemplos do modelo de cuponagem digital do McDonald’s e Burger King, Marcelo Tripoli, ceo da Zmes, mostrou como o formato pode ser usado pelo mercado para obter informações dos consumidores, analisar as jornadas e criar relacionamento.
O evento tratou ainda de uma velha questão de mercado: a relação entre agências e anunciantes. “No momento em que a gente parou de conversar e falar as verdades, as relações basicamente acabaram”, afirmou Marcia Esteves, CEO e sócia da Lew’Lara\TBWA, ao defender o diálogo como o caminho para a construção de parcerias efetivas entre agências e anunciantes. A executiva disse que agências nasceram para contribuir estrategicamente com as marcas e os seus negócios, seja no curto ou longo prazos, mas estão assumindo um papel cada vez mais de fornecedores. “Isso não vai dar certo”, adicionou. Ian Black, fundador e diretor-executivo da New Vegas, observou que o mercado tem uma “obsessão” com o futuro, relatórios de tendência e elementos tecnológicos. E, às vezes, acaba por não dar o valor adequado ao presente. “Remuneram bem demais futuristas”, disse. “Pagam muito pouco para entender como as pessoas se comportam no presente”, acrescentou.