Nos últimos dez anos, metade dos assinantes de TV paga abandonaram o serviço no Brasil, gerando uma preocupação dos meios de comunicação mês após mês, culminando com uma queda de 38% na audiência da GloboNews apenas no mês de junho de 2024, ao mesmo tempo em que o programa Fantástico, da TV Globo, registrou um dos piores índices de audiência da sua história.
Os motivos são bastante óbvios: a migração do público para os serviços de streaming e, sobretudo, o consumo de conteúdo pela internet. As plataformas digitais, pelo contrário, conseguem atrair novos consumidores a cada trimestre, aumentando o faturamento dos meios online.
De acordo com informações apresentadas pelo Painel Nacional de Televisão, do Kantar Ibope, a GloboNews observou uma queda de 38% nos números de audiência em um único mês.
O canal viu seu público cair de 0,13 ponto em maio para 0,08 em junho. Cada ponto equivale a 268 mil domicílios na TV. Ou seja, o canal alcançou uma média de 21.447 domicílios sintonizados no canal simultaneamente no último mês, o pior resultado do canal neste século.
O mercado publicitário deverá acompanhar atentamente o movimento desses números nos próximos meses antes de adotar qualquer decisão. Além da GloboNews, o Kantar Ibope apresentou também os números do tradicional programa dominical Fantástico, uma má notícia para a TV aberta.
No último domingo, dia 07 de julho, o Fantástico, registrou seu pior índice no ano. Números da Kantar Ibope mostram que o programa atingiu uma média de 14,4 pontos na Grande São Paulo, ou 2,1 pontos abaixo da semana anterior. O registro é o menor de 2024 e o terceiro pior dos últimos quatro anos. O programa da Globo conseguiu ficar à frente apenas das edições dos dois últimos domingos do ano passado, que foram ao ar nas vésperas de Natal e Ano Novo, nos dias 24 e 31 de dezembro, dias fracos para a audiência de todos os canais.
Dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que praticamente a metade dos clientes abandonou a TV por assinatura nos últimos 10 anos. Desde 2014, quando atingiu o ápice, com 19,6 milhões de assinantes, o serviço só perdeu clientes. Nesse período, um total de 9,5 milhões consumidores cancelaram o serviço pago.
O número atual é o mais baixo verificado em 14 anos de medição, ainda segundo os dados da Anatel. O total se aproxima do mais baixo do período, registrado em 2010, quando o serviço contabilizava 9,6 milhões de assinantes.