Murais de grafite com a proposta de conscientizar a sociedade sobre agressões contra a mulher chamam a atenção em Brasília. O trabalho – que destaca o dia 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher – faz parte da iniciativa “Não deixe ela virar paisagem”. Realizado pelo Instituto Gloria, plataforma de transformação social que possui uma rede de apoio para combater o ciclo de violência contra mulheres e meninas.
A ação é assinada pela Artplan, com o apoio do Metrô DF e demais parcerias de veículos e empresas de comunicação.
Apesar da similaridade das artes nas estações do metrô Praça do Relógio e Águas Claras, há uma diferença: enquanto Key Amorim ilustra uma mulher negra, Ganjart desenha uma mulher branca. O objetivo é sinalizar que a violência doméstica não escolhe cor, etnia ou classe social.
As obras passam por mudanças de semblante, de sorridente para triste e inseguro. Ambos os grafites com as mesmas alterações, em intervenções no noturnas, como forma de representar o silêncio em casos de violência contra a mulher.
Os grafites e a arte digital foram finalizados com a mensagem: “Vários tipos de violência aconteceram nesse muro, mas muita gente não percebeu. Não deixe a violência contra a mulher virar paisagem. Denuncie. Ligue 180”.
“Violência contra a mulher sempre esteve relacionada com processos culturais, ou seja, tão normalizadas que impactam na não percepção social. Tudo vira paisagem”, diz Cristina Castro, fundadora e CEO do Instituto Gloria.
“A iniciativa busca cumprir um dos papeis da comunicação, de ser o instrumento de conscientização e colocar o assunto em pauta. Escolhemos o grafite, sempre tão vivo. Não é só uma intervenção em meio à cidade. É um grito de basta”, diz Cacá Malta, diretora de Atendimento da Artplan.