Nós, trabalhadores da publicidade, não poderíamos ficar de braços cruzados nesta data que para nós tem grande significado – “o Dia Mundial da Propaganda”.
O trabalho e o capital estão juntos nesta noite comemorando nossa data maior. Ninguém pode negar a significação que possui na Nova República os sindicatos brasileiros. Hoje nós representamos os verdadeiros objetivos da democracia, e nos revestimos de importância no funcionamento político e igualmente na movimentação social da coletividade econômica que representamos. Não devemos ter um comportamento medíocre. A atuação positiva de um sindicato de trabalhadores não deve reduzir-se às funções jurídicas e assistenciais. Na verdade, devemos nos organizar e regularizar o mercado publicitário do Distrito Federal, tirando do desamparo nosso desenvolvimento técnico e profissional. Vamos lutar até o último instante para conseguirmos nossos objetivos.
Com a chegada da Nova República, Brasília tornou-se a cidade dos novos tempos. É, a cada dia que passa, o grande centro das decisões nacionais. Com isto, surgem os interesses de vários grupos voltados para Brasília. Entre eles, encontram-se as agências de publicidade de outros mercados. Entretanto, este movimento de transferência tem sido lento, o que se deve considerar como compreensível visto que ele implica em custos operacionais. Mas tal fato não justifica o protecionismo exercido por alguns ministérios da Nova República.
Como colocamos anteriormente, não pretendemos que agências de publicidade se transfiram para cá imediatamente. Porém, é necessário que este processo de
transferência, que já é lento, não seja penoso e desgastante para todos nós. O que não compreendemos são clientes que desconhecem nossas agências de publicidade, nossos veículos locais, o complexo de sucursais e canalizam suas campanhas, muitas das vezes
por praças que nada têm a ver até com os veículos a que se destinam as publicações.
Acreditamos em novos tempos. Fomos nós publicitários que sacudimos este País. Foram os meios de comunicação que levaram a estas mudanças. Hoje a Nova República existe. E Brasília, por não ter ainda sua representação política, sofre consequências desagradáveis no campo da publicidade. O complexo de comunicação social de Brasília tem ficado, na maioria das vezes, marginalizado, num procedimento que desgasta, fere e frustra a todos nós, profissionais de uma classe que vem dando prova de correção, de trabalho, e devotamento.
A consolidação deste mercado depende de oportunidades. A consolidação deste mercado
precisa do apoio dos senhores responsáveis pela comunicação no atual Governo. Não desejamos um tratamento cativo. Nós queremos participar, discutir, e ser ouvido.
Só nós sabemos o quanto é difícil exercermos nossas atividades. Às vezes somos incompreendidos e criticados, mas este mercado precisa imprimir um melhor progresso
e isto não será difícil de acontecer. O simples fato de que passamos certos e bons exemplos sejam dados e seguidos por órgãos que aqui exercitam comportamentos louváveis, com vista à consolidação do mercado publicitário do Distrito Federal. Este primeiro passo pode ser dado a partir deste momento, com a simples colocação das campanhas no sentido correto, qual seja: – todas as contas e veiculações de órgãos e entidades do Governo Federal já sediadas em Brasília, tenham seu tráfego feito através de Brasília e por agências de publicidade.
Desejamos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.
Obrigado.
Discurso feito pelo presidente do Sindicato dos Publicitários de Brasília, Fernando Vasconcelos, em 4 de dezembro de 1985, por ocasião do Dia Mundial da Propaganda.