O mercado brasileiro de brindes corporativos irá fechar o exercício de 2024 com uma receita bruta de R$ 3,1 bilhões (cerca de US$ 560 milhões na cotação média do segundo semestre). Este patamar representa 2,5% do mercado global, segundo estimativas do setor. No ano passado, as vendas de brindes, no mundo, foram projetadas em US$ 21,6 bilhões pela maior entidade da área, a Associação Internacional de Produtos Promocionais (PPAI, na sigla em inglês).
As estatísticas nacionais integram o levantamento “Setor Brindeiro no Brasil 2024”, promovido pela brasileira LTP, com base em seus próprios silos de dados transacionais e em 150 questionários respondidos por empresas atuantes no setor de brindes empresariais.
Anualmente, a LTP realiza a gravação de textos e imagens promocionais em cerca de 38 milhões de brindes anuais, provenientes de cerca de 200 distribuidores, e encaminhados por cerca de 8 mil empresas e profissionais do chamado segmento “brindeiro”.
De acordo com o relatório, o setor de produtos promocionais é marcado pela alta concentração na origem de fornecimento. Cerca de 60% dos itens destinados a se transformar em brindes são comercializados, no país, por um grupo de 30 grandes atacadistas, a maior parte deles, importadores situados em São Paulo e na região Sudeste.
O faturamento médio das empresas deste grupo dominante gira em torno de R$ 62 milhões, com alguns, no topo do ranking, superando R$ 500 milhões ao ano. Outros 35% dessas vendas (anteriores à personalização), se distribuem por 4,5 mil pequenas e médias revendas, que operam com atacado de “pré-brindes” em lotes na casa de dezenas a centenas de produtos.
Os integrantes desse grupo, em sua maioria, adquirem seus estoques dos grandes importadores dominantes, ou diretamente de fabricantes e de distribuidores regionais menores, movimentando em torno de 194 milhões de unidades anuais de “pré-brindes” nas mais de 100 categorias. Elas incluem de de réguas e chaveiros até assistentes digitais inteligentes, tablets, aspiradores robóticos, bebidas e objetos de luxo.
O tíquete médio dos brindes, no Brasil, está em torno de R$ 16 a unidade, já embutido o custo médio de personalização, na casa dos R$ 0,80 por item.
Personalização promocional
Trabalhando como força paralela na cadeia de produção de brindes, o relatório identifica um contingente de cerca de 300 empresas dedicadas à gravação desses produtos com as marcas, slogans e outras formas de intervenção voltadas a personalizar item por item.
Pelos dados do relatório, o negócio de personalização no Brasil responde por 5% da receita total do setor de brindes, atingindo R$ 160 milhões em 20204. Já na camada final de escoamento dos produtos, os negócios de atacado e personalização visual encontram um universo de 20,1 mil clientes, os “brindeiros promocionais”, conforme a nomenclatura do estudo.
Este contingente é composto por agências de marketing promocional, muitas integralmente dedicadas ao brinde, além de promotoras e prestadoras de serviços para eventos.
De acordo com o fundador e CEO da LTP, Anderson Fagundes, o grande exército brindeiros é uma importante força motriz de prospecção, desenvolvimento de mercado e de definição de tendências no setor. “O papel desse segmento consultivo e intermediador de vendas é tão relevante no Brasil que alguns dos maiores importadores e distribuidores de pré-brindes trabalham exclusivamente com eles para escoar seus produtos”, afirma o executivo.
Para a sócia diretora da LTP, Carla Olinda, o setor de brindes vem passando por uma transformação, no tocante à qualidade do mix de oferta. Brindes de baixo valor (como chaveiros, bolinhas anti-stress e lápis) continuam em grande produção, mas vão perdendo receita para outros itens mais caros, usados para impressionar os clientes e aumentar a percepção de valor para as marcas.
Em percentuais de hoje, o mix mais representativo, em termos de receita de personalização para a LTP, é composto por nove categorias:
Campeões em volume de vendas 2024
- Miudezas (canetas, post-it, chaveiros, bolas de relax etc – por fardos de 100 un.)- 17%
- garrafas e copos térmicos (tipo “Stanley”) para uso pessoal – 16%
- Ecobags (bolsas em materiais sustentáveis) e mochilas – 15%
- Cadernos personalizados (por fardos de 20 unidades) -15%
- Fones, caixas de som blue-tooth e carregadores portáteis -14%
- Bolsas térmicas -10%
- Kists churrasco/ produtos gourmet- 9%
- Vips e fora de série (ex. luneta para celular, gaming-chair, barbeador elétrico)- 2%.
- Outros (gravados ‘in-loco’, como troféus, capacetes, calçados, vinhos etc)- 2%
- Veja, a seguir, insights do Relatório “Setor Brindeiro no Brasil 2024”
Receita setorial no mundo: US$ 21,6 BI
Receita setorial no Brasil: R$ 3,1 BI (US$ 560 milhões)
Participação do Brasil: 2,5%
Total de Brindes Vendidos no Brasil: 194 milhões
Tíquete médio dos brindes: R$ 16,20
- Composição do setor de brindes
Total de atacadistas: 4,5 mil
Empresas de personalização: 320
Brindeiros Promocionais (PMEs e free lancers): 21 mil - Distribuição das Receitas
Grandes atacadistas/importadores (30 maiores): 60%
Pequenos atacadistas: 35%
Empresas de personalização: 05%