O Grupo Globo, maior conglomercado de mídia da América Latina, fechou 2023 com receitas de R$ 15,16 bilhões, valor que se aproxima dos ganhos pré-pandemia, e planeja investir R$ 5 bilhões em 2024, de acordo com informações da sua diretoria. A empresa deverá divulgar seus dados consolidados até o fim de março, mas a contabilidade já antecipou possuir um caixa de R$ 14,5 bilhões, permitindo manter o ritmo de investimentos dos últimos anos. As áreas prioritárias para investimentos devem ser conteúdo e tecnologia.
Os resultados foram revelados pelo diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, durante uma entrevista ao jornal Valor Econômico, que também faz parte do Grupo Globo.
Segundo Marinho, a companhia perseguirá o objetivo de se transformar em uma mediatech, combinando ofertas de conteúdo e tecnologia, com destaque para a implementação da TV 3.0, atualmente em desenvolvimento, mas próxima de se tornar realidade em 2026. “O formato derruba as barreiras entre a TV e o universo digital”, disse Marinho.
Com a TV 3.0, o acesso aos conteúdos do grupo em outras plataformas ocorrerá de forma integrada ao sinal da TV aberta, sem a necessidade abrir e fechar aplicativos. De acordo com os números da emissora, dos 60 milhões de aparelhos de TV conectada existentes no Brasil, 36 milhões já estão logados a contas nas plataformas digitais do grupo.
Outra área que receberá atenção em 2024 é a de produções, a exemplo do que vem se repetindo desde a a ampliação dos estúdios da Globo, há cinco anos. O investimento de mais R$ 200 milhões em 2019 ampliou em mais de 50% a área de estúdios do maior complexo de produção de conteúdo da América Latina. O grupo planeja encerrar o ano com 110 produções concluídas.
Uma das preocupações da Globo tem sido a competição com um mercado digital ainda carente de regulamentação, fator que gera uma concorrência desleal, segundo a sua diretoria, considerando a rígida regulamentação aplicada à mídia tradicional.