O comércio deve esquentar somente na última semana antes do Natal, na avaliação de Karine Karam, professora de pesquisa e comportamento do consumidor da ESPM e sócia da Markka Consultoria. Um dos motivos é que, finalmente, o consumidor poderá focar na data.
“Os acontecimentos e eventos, sobretudo no segundo semestre de 2022, afetaram não só a economia, mas a agenda do consumidor”, diz. Segundo Karam, a Copa do Mundo no fim do ano é um exemplo que ajudou a postergar as compras para o Natal, pois mesmo com a eliminação do Brasil no mundial, alguns ainda estão com a cabeça no evento.
Eleições, inflação, juros altos, endividamento das famílias, achatamento da renda das classes C e D, que correspondem à metade do consumo no país, são outros fatores que derrubaram a grande expectativa para o Natal de 2022, depois de dois anos de pandemia.
“A incerteza do cenário político, juntamente com problemas na economia, a realização da Copa, certamente refletem na contração do consumo. O mindset do consumidor ainda não está no Natal. Provavelmente, o brasileiro vai deixar as compras natalinas para a última hora”, diz Karam.