*Por Antoninho Rossini
As pessoas, de qualquer credo, sexo ou nível econômico ou social enchem a boca quando dizem que perderam o interesse por telejornais, emissoras de rádio, sites, jornais, revistas ou qualquer outro meio cujo foco sejam notícias. Aliás, muitos médicos ou orientadores sociais, entre uma receita e outra aconselham seus pacientes a fugirem dos acontecimentos embalados em notícias para preservarem a saúde. Há que se respeitar a decisão de cada pessoa, porque o livre arbítrio deve permanecer em qualquer país de livre iniciativa.
Todavia, aqui cabe um reparo: o jornalismo, o que vale dizer imprensa é uma atividade que não inventa e nem (como se espera), aumenta. Fatos acontecem em todo mundo. Essa enxurrada de notícias ruins e contaminantes que grassa planetariamente é uma realidade. Temos que aprender a conviver com tudo isso. Desatinos e embaralhamento da humanidade são produzidos por ela mesma. Nesse pacote estão incluídos os destemperos climáticos arrasadores e cada vez mais frequentes devido a desmatamentos, incêndios, contaminação do meio ambiente e, especialmente, o jogo do poder no qual se destaca a política dos líderes mundiais.
Os veículos de comunicação de qualquer uma das modalidades existentes são os vetores que anunciam os fatos. Atenção: fake news, essa praga do século, que deteriora corações e mentes das pessoas de bem passa ao largo deste comentário. Se distanciar da janela e não querer ver o mundo como é hoje parece ser uma forma confortável e arriscada de viver.
O mundo continua se movendo e não acompanhar seus movimentos perde-se a oportunidade de vislumbrar e testemunhar o legado a ser deixado para as novas gerações. Mais ainda: essa é uma válvula de escape. Longe da janela do mundo em que se vive também significa não enxergar o que está à nossa volta. Assim, os que assim agem limitam suas opiniões e enfraquecem seus argumentos para uma vida em sociedade.
O que prevalece é a intolerante situação de “ser ninguém”. Não se apregoa assistir a todos os programas jornalísticos e nem a leitura dos diversos veículos, na tela, no rádio, ou no papel. O que vale mesmo é não desaparecer e assumir a condição constrangedora de gerar uma grande lacuna de ausentes da vida.
* Antoninho Rossini é jornalista e escritor