“A criação de um marco regulatório e mecanismos de governança podem contribuir para mitigar os riscos associados à tecnologia e garantir que seus benefícios sejam amplamente compartilhados. A necessidade de preparar a sociedade para essas mudanças é urgente e inadiável”. A afirmação é do professor Carlos Rafael das Neves, de Sistemas de Informação da ESPM.
Especialista em Arquitetura de Software, Neves considera polêmica a questão sobre redução no ritmo ou restrições ao desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA). Como o ChatGPT.
“A sociedade deve ser capaz de enxergar os reais impactos causados pelas novas tecnologias no seu dia a dia”, diz ele. O especialista analisa que a IA avança rapidamente e traz resultados que podem ser positivos, negativos ou uma forma combinada entre os dois.
“Os algoritmos que regem as inteligências artificiais devem ser 100% públicos e transparentes. Contudo, isso nem sempre será possível, visto que os algoritmos constituem o núcleo dessas inteligências e, em um mercado com diversas empresas disputando uma corrida desenfreada em busca de melhores algoritmos, sua divulgação pode significar a entrega da tecnologia empregada para a concorrência”, diz Neves.
“A rápida substituição da mão de obra humana, de uma parcela considerável de profissionais, por ferramentas automáticas, pode causar ondas de desemprego e pobreza em massa, pois a velocidade com que essas mudanças podem ocorrer torna impensável a possibilidade de realocação profissional”, diz o professor.