O carro mais carismático do mundo tem um dia para chamar de seu no Brasil. O próximo 20 de janeiro é dedicado ao Dia Nacional do Fusca, data que celebra a história do mais tradicional modelo da Volkswagen.
O Fusca iniciou as operações da Volkswagen no Brasil, em 1953, montado em um galpão no bairro do Ipiranga. Seu motor tinha 1.200 cm³. A partir de 1959 começou a ser fabricado no País, já na unidade Anchieta, até 1986. Durante todo esse período, o Volkswagen Sedan foi sempre equipado com diferentes versões do motor quatro-cilindros, refrigerado a ar – o câmbio foi sempre manual de quatro marchas e a tração, traseira. Primeiro, o motor passou de 1.200 cm³ para 1.300 cm³, a partir de 1967, com 45 cv brutos. Em seguida, ganhou a versão de 1.500 cm³, introduzida em 1970, com 52 cv brutos. A potência veio associada à bitola traseira 62 mm maior, o que alterou o porte do modelo e lhe rendeu o apelido de “Fuscão”. A versão de 1.600 cm³ viria em 1974, com dupla carburação, que rendia 65 cv brutos. Essa mudança veio acompanhada de aumento também na bitola dianteira, além de para-brisa maior, sistema de ventilação interna e pisca-alerta. Ao longo dos anos foram sendo introduzidas melhorias como a coluna de direção bipartida, duplo circuito de freios independentes e comando do limpador de para-brisa na coluna de direção (1977), volante de polipropileno texturizado e as lanternas traseiras grandes e arredondadas apelidadas de “Fafá” (1979), aquecimento interno e ignição eletrônica (1983), entre outras. O modelo teve também várias reestilizações e séries especiais, como a Prata, de 1979. Do original Volkswagen Sedan, o nome foi oficialmente substituído por Fusca em 1983. Em 1984, o modelo ganhou freios a disco na dianteira e passou a ser produzido apenas na versão 1.600 – no ano seguinte receberia versão 1.600 movida a etanol.

A Volkswagen do Brasil preserva o legado do Fusca e orgulha-se de manter três preciosas unidades em sua Garagem VW. A unidade mais antiga do acervo da marca alemã no Brasil é datada de 1986: o simpático Fusca na cor vermelho Fênix Metálico é equipado com motor 1.600 cm³ a álcool e transmissão de quatro marchas. A unidade tem número de chassi HP000001. O segundo modelo é um 1993, chamado popularmente de Fusca Itamar. O exemplar tem chassi número PP00001, é o primeiro produzido na segunda fase de manufatura, e o mesmo veículo apresentado a Itamar Franco na celebração do retorno da produção. Pintado na cor Prata Lunar, ele possui algumas particularidades, como lanternas traseiras “fumê”, que atualmente poderiam ser facilmente chamadas de lanternas com máscara negra. Do lado de dentro, os bancos são os mesmos das unidades Gol da época, assim como seu volante. A unidade tem motor 1.600 cm³ a álcool e conta com tanquinho de gasolina. O hodômetro marca míseros 352 km percorridos. A última unidade da Garagem é um Fusca 1996. O conversível tem chassi número TP006623 e é pintado na cor Branco Geada. Com capota preta, traz o 1600 cm³ a gasolina, com motor injetado para o mercado mexicano. Foi convertido a conversível pela Sulam, tradicional transformadora de veículos, fundada em 1973.
Líder no Brasil por 23 anos, o Fusca teve mais de 3,1 milhões de unidades comercializadas no País. Hoje estima-se que 1,7 milhão de unidades do modelo circulem nacionalmente. Pelo Brasil, clubes e fãs, sempre apaixonados, comemoram o legado do ‘Besouro’ com encontros, ‘fusqueatas’ e muita festa.