Brasília, 30 de Novembro de 2023 - 21:28

AUTORES DO AUDIOVISUAL QUEREM SER VALORIZADOS

Newton Cannito e Marcilio Moraes, roteiristas e ex-presidentes da Associação Brasileira de Autores Roteiristas (ABRA), se uniram para a criação de um manifesto pela valorização do roteirista nos editais públicos de audiovisual. 

Cannito escreve no manifesto: 

“Quantos pontos valem os roteiristas do audiovisual? É esta a pergunta que mobiliza os autores roteiristas abaixo-assinados a se apresentarem diante das autoridades competentes para expor e reivindicar o que se segue. Nos editais da Ancine recém-publicados, existe pontuação para diretores e produtores, mas não para roteiristas. A experiência destes profissionais, simplesmente, não é considerada. Isso precariza toda a categoria. Como a experiência do roteirista não é considerada na Avaliação dos Projetos, os produtores, em muitos casos, obrigam os roteiristas menos experientes a aceitar cachês muito baixos, o que degrada a qualidade dos roteiros produzidos. Daí reivindicamos que seja inserida nos editais, em todas as esferas, pontuação para os escritores do audiovisual, medida urgente que não apenas fará justiça ao trabalho fundamental destes profissionais, mas também será decisiva para a melhoria da qualidade da nossa produção artística”. 

“O audiovisual brasileiro mudou muito. Tradicionalmente, nossa televisão valorizou o roteirista porque a novela, gênero que preponderou, é obra de autor. Foi o grande acerto dos dirigentes da TV. Com isto, escritores de novela atingiram status de celebridades – poucos, claro, pois o mercado é restritíssimo. No cinema não foi bem assim. O roteirista nunca foi devidamente valorizado. Mas nada comparado com o que está acontecendo agora, depois da entrada das plataformas de streaming. Pelo menos o currículo, a experiência do roteirista, até então eram considerados. Agora, não: os contratantes só têm em mente a redução dos custos da produção, sem maiores preocupações com a qualidade do produto. A vítima maior desse esquema, além do público, são os roteiristas”, disse Moraes, à Telaviva. 

O manifesto está aberto a assinaturas e será encaminhado às entidades culturais do governo, incluindo a Ancine.

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