Motivado por queixas de consumidores, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu representação ética contra a campanha da Volkswagen (https://fernandovasconcelos.com/destaques/vw-faz-70-criando-dueto-entre-elis-e-maria-rita/) que usa tecnologia para recriar Elis Regina, morta em 1982, cantando em parceria com sua filha Maria Rita. A montadora alemã rebate em nota que o uso da imagem foi acordado com parentes da ex-cantora brasileira de MPB.
O questionamento ao Conar foi se é ético ou não usar tecnologia para “dar vida” a pessoas que já faleceram. A VW, em campanha produzida pela AlmpBBDO, denominada “VW Brasil 70: o novo veio de novo”, usa inteligência artificial (IA) em processo conhecido como deepfake. Tal processo permite a montagem realista de rostos de pessoas.
Na campanha, Elis, dirige uma kombi, enquanto Maria Rita dirige um ID.Buzz, versão elétrica e moderna da Kombi, e cantam “Como nossos pais”, de Belchior.
Em nota, o Conar informou que abriu nesse dia 10 de julho, “representação ética contra a campanha ‘VW Brasil 70: O novo veio de novo’, de responsabilidade da VW do Brasil e sua agência, AlmapBBDO, motivada por queixa de consumidores”. A representação questiona princípios de respeitabilidade à imagem da cantora, e a possibilidade de criar confusão, uma situação fake, para crianças e adolescentes.
O anunciante divulgou nota esclarecendo que “o objetivo da campanha era criar um momento único, por meio da inteligência artificial, reunindo Elis Regina, uma das maiores cantoras da história da música brasileira, e sua filha Maria Rita, ícone atual da MPB. A utilização da imagem de Elis Regina na campanha foi acordada com a família da cantora. A intenção da Volkswagen com a campanha foi destacar a transição das gerações e a renovação da marca, utilizando a Kombi como um símbolo do passado e o modelo ID.Buzz, sua versão 100% elétrica, como uma representação do futuro”.