Morreu na madrugada desta terça-feira,15, o jornalista, roteirista, dramaturgo, diretor de cinema e escritor brasileiro, descendente de judeus libaneses, Arnaldo Jabor, aos 81 anos. Ele estava internado desde dezembro, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, depois de sofrer um AVC.
A produtora de cinema Suzana Villas Boas, ex-mulher de Jabor e mãe de um de seus três filhos, escreveu em uma rede social: “Jabor virou estrela, meu filho perdeu o pai e o Brasil perdeu um grande brasileiro”.
Arnaldo Jabor fez parte da geração do cinema novo, que discutia a realidade brasileira em plena ditadura militar, e dirigiu sucessos como “Eu te Amo”, de 1981. O cineasta tornou-se mais conhecido do grande público por seus comentários cáusticos nos telejornais da TV Globo e na rádio CBN, a partir dos anos 1990.
Nascido no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1940, Jabor fez sucesso com seus longa-metragens nos cinemas nacionais, nos anos 1970 a 80.
Entre suas principais obras como cineasta estão “A Opinião Pública”, “Pindorama”, “Toda Nudez Será Castigada”, filme que enfrentou a censura do governo militar (1967) e teve suas cópias rescolhidas por soldados. Mas ganhou o Urso de Prata no Festival Internacional de Berlim e voltou ao circuito nacional, mesmo com cortes. Foi um dos seus filmes mais famosos, à época.
Fez ainda “O Casamento”, além de "Eu sei que vou te amar", com Fernanda Torres no elenco e indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes. E "Eu te amo".
Seu último trabalho no cinema, "A Suprema Felicidade", foi lançado em 2010. Foi para o jornalismo em função do sucateamento do cinema nacional. Primeiro para O Globo, depois para vários veículos do sistema Globo.
Jabor publicou ainda livros como "Amigos Ouvintes", "O Malabarista". Ano passado, mantinha coluna no Jornal da Globo falando sobre seu tema predileto: política.
Deixa três filhos: João Pedro, Juliana e Carolina Jabor, cineasta como o pai.